Portugueses interessados em infra-estruturas moçambicanas
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Do lado do empresariado moçambicano, a concorrência é bem vista, “desde que não nos tirem os operários”
Uma plateia cheia de empresários portugueses assistiu ao Seminário Moçambique – Portugal sobre Oportunidades de Investimentos em Infra-estruturas, que teve lugar esta semana por ocasião da visita do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de Portugal, António Mendonça. Do lado do empresariado moçambicano, a concorrência é bem vista, “desde que não nos tirem os operários”.
Em Moçambique há um grande apetite por grandes investidores a nível internacional. É possível investir em Moçambique e está garantido que aqui há retorno. Esta foi a grande ideia que o Seminário Moçambique – Portugal sobre Oportunidades de Investimentos em Infra-estruturas quis transmitir a uma plateia cheia de empresários moçambicanos e portugueses, membros da comitiva empresarial que vieram com António Mendonça, ministro português das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de Portugal. Entre vários temas apresentados, todos eles fizeram questão de mostrar que há falta de infra-estruturas e consequentemente, nesta área, o investimento estrangeiro é bem vindo.
Lourenço Sambo apresentou a política, oportunidades e investimentos em Infra-estruturas em Moçambique, mostrando as facilidades que o Centro de Promoção de Investimento dá aos empresários interessados no nosso país. Um deles foi Alípio Magalhães, que esteve esta semana pela primeira vez em Moçambique e disse que se agradou das facilidades apresentadas pelo CPI. “Este encontro permite-me encarar com expectativa a nossa entrada cá”, disse o representante da empresa Pinto e Bentes. Actualmente, a companhia funciona em Portugal e na Argélia, no sector da energia, mais precisamente no seu transporte e distribuição. “Em Portugal, trabalhamos com a REN. Queremos investir em Moçambique e abrir cá uma empresa. Já fizemos alguns contactos com a REN para entrar no país, mas mesmo que a resposta venha negativa por parte deles, mantemos a intenção de nos instalarmos aqui”.
Uma das mais valias da Pinto e Bentes é a formação. “Em Portugal temos um centro de formação para a energia, trabalhos em altura, em tensão. E tencionamos apostar forte em Moçambique na área da formação em grande escala”. Alípio Magalhães afirmou estar interessado em investir nas novas barragens, embora saiba que o interesse português em vir para Moçambique é crescente, não teme a concorrência. “É verdade que toda a gente está a vir para Moçambique, mas também é verdade que o país é grande”.
Foi Zefanias Chitsungo, director nacional de habitação e urbanismo, que, no seminário, abordou o assunto que Alípio Magalhães queria ouvir: Projectos de Barragens em Moçambique.
Chitsungo falou sobre as infra-estruturas hidráulicas, explicando que há um escoamento de água das barragens cinco meses por ano e, nos restantes sete meses, corre pouca água. “Temos uma região vulnerável às cheias e à seca, e devíamos aproveitar melhor essas características. Depois da independência foram construídas três barragens e reabilitada uma. São obras prioritárias, tanto a nível da energia, como de forma a potenciarmos a agricultura”.
Tiram-nos os RH
Face a uma plateia cheia de portugueses interessados em investir nas infra-estruturas moçambicanas, perguntámos a Agostinho Vuma, presidente da Federação Moçambicana de Empreiteiros, que também assitia ao seminário se não temia a concorrência crescente por parte das construtoras estrangeiras. “Em termos de obras são bem vindos, há uma transferência de tecnologia e de know how importante. Mas, em termos de recursos humanos, eles trazem os seus técnicos superiores e vão tirar-nos os operários. Penso que devia haver um maior investimento na formação profissional da mão-de-obra local”.
Para Vuma, não existe uma solução a longo prazo. Ou seja, não há maneira neste momento de resolver o problema. As empresas estrangeiras chegam e precisam de mão-de-obra. O presidente da Federação Moçambicana de Empreiteiros também não vê solução numa menor limitação da contratação de estrangeiros. “Eles não podem vir com tudo, inclusivamente com os operários, senão o país não ganha nada”. O trabalho e esforço têm de ser contínuos, para a médio prazo termos menos escassez de mão-de-obra qualificada.
Estradas e comboios
As estradas e vias ferroviárias foram um dos grandes argumentos de incentivo apresentados por Cecílio Grachane, director-geral da Administração Nacional de Estradas (ANE). Grachane apresentou os cinco corredores, afirmando que a maioria só servia aos países do interland e, portanto, escasseava quando se tratava de escoar matérias primas de Moçambique.
O primeiro corredor é o de Maputo – Ponta do Ouro, que dará serventia ao porto de Maputo.
O segundo é a Linha do Limpopo, que, segundo o director geral da ANE, potenciará o trio turístico Kruguer – Parque do Limpopo e praias de Inhambane.
O terceiro trata-se do Corredor da Beira, onde existem estradas, mas há que complementar com ferrovia para – também – escoar os produtos agrícolas de Manica e Sofala, e a pesca de Sofala.
O Vale do Zambeze foi o quarto corredor apresentado por Grachane, que mostrou que este vale tem um pouco de tudo e que iria servir de reforço ao corredor de Nacala. E, por fim, o quinto corredor que ligaria Montepuez a Lichinga.
Quando se perguntou aos investidores sobre o retorno prático de tais construções, ou seja, qual o seu movimento, o director-geral da ANE respondeu com tranquilidade e segurança: “primeiro construímos as infra-estruturas, depois as pessoas hão-de vir”
Fonte: O País Online / SAPO
Em Moçambique há um grande apetite por grandes investidores a nível internacional. É possível investir em Moçambique e está garantido que aqui há retorno. Esta foi a grande ideia que o Seminário Moçambique – Portugal sobre Oportunidades de Investimentos em Infra-estruturas quis transmitir a uma plateia cheia de empresários moçambicanos e portugueses, membros da comitiva empresarial que vieram com António Mendonça, ministro português das Obras Públicas, Transportes e Comunicações de Portugal. Entre vários temas apresentados, todos eles fizeram questão de mostrar que há falta de infra-estruturas e consequentemente, nesta área, o investimento estrangeiro é bem vindo.
Lourenço Sambo apresentou a política, oportunidades e investimentos em Infra-estruturas em Moçambique, mostrando as facilidades que o Centro de Promoção de Investimento dá aos empresários interessados no nosso país. Um deles foi Alípio Magalhães, que esteve esta semana pela primeira vez em Moçambique e disse que se agradou das facilidades apresentadas pelo CPI. “Este encontro permite-me encarar com expectativa a nossa entrada cá”, disse o representante da empresa Pinto e Bentes. Actualmente, a companhia funciona em Portugal e na Argélia, no sector da energia, mais precisamente no seu transporte e distribuição. “Em Portugal, trabalhamos com a REN. Queremos investir em Moçambique e abrir cá uma empresa. Já fizemos alguns contactos com a REN para entrar no país, mas mesmo que a resposta venha negativa por parte deles, mantemos a intenção de nos instalarmos aqui”.
Uma das mais valias da Pinto e Bentes é a formação. “Em Portugal temos um centro de formação para a energia, trabalhos em altura, em tensão. E tencionamos apostar forte em Moçambique na área da formação em grande escala”. Alípio Magalhães afirmou estar interessado em investir nas novas barragens, embora saiba que o interesse português em vir para Moçambique é crescente, não teme a concorrência. “É verdade que toda a gente está a vir para Moçambique, mas também é verdade que o país é grande”.
Foi Zefanias Chitsungo, director nacional de habitação e urbanismo, que, no seminário, abordou o assunto que Alípio Magalhães queria ouvir: Projectos de Barragens em Moçambique.
Chitsungo falou sobre as infra-estruturas hidráulicas, explicando que há um escoamento de água das barragens cinco meses por ano e, nos restantes sete meses, corre pouca água. “Temos uma região vulnerável às cheias e à seca, e devíamos aproveitar melhor essas características. Depois da independência foram construídas três barragens e reabilitada uma. São obras prioritárias, tanto a nível da energia, como de forma a potenciarmos a agricultura”.
Tiram-nos os RH
Face a uma plateia cheia de portugueses interessados em investir nas infra-estruturas moçambicanas, perguntámos a Agostinho Vuma, presidente da Federação Moçambicana de Empreiteiros, que também assitia ao seminário se não temia a concorrência crescente por parte das construtoras estrangeiras. “Em termos de obras são bem vindos, há uma transferência de tecnologia e de know how importante. Mas, em termos de recursos humanos, eles trazem os seus técnicos superiores e vão tirar-nos os operários. Penso que devia haver um maior investimento na formação profissional da mão-de-obra local”.
Para Vuma, não existe uma solução a longo prazo. Ou seja, não há maneira neste momento de resolver o problema. As empresas estrangeiras chegam e precisam de mão-de-obra. O presidente da Federação Moçambicana de Empreiteiros também não vê solução numa menor limitação da contratação de estrangeiros. “Eles não podem vir com tudo, inclusivamente com os operários, senão o país não ganha nada”. O trabalho e esforço têm de ser contínuos, para a médio prazo termos menos escassez de mão-de-obra qualificada.
Estradas e comboios
As estradas e vias ferroviárias foram um dos grandes argumentos de incentivo apresentados por Cecílio Grachane, director-geral da Administração Nacional de Estradas (ANE). Grachane apresentou os cinco corredores, afirmando que a maioria só servia aos países do interland e, portanto, escasseava quando se tratava de escoar matérias primas de Moçambique.
O primeiro corredor é o de Maputo – Ponta do Ouro, que dará serventia ao porto de Maputo.
O segundo é a Linha do Limpopo, que, segundo o director geral da ANE, potenciará o trio turístico Kruguer – Parque do Limpopo e praias de Inhambane.
O terceiro trata-se do Corredor da Beira, onde existem estradas, mas há que complementar com ferrovia para – também – escoar os produtos agrícolas de Manica e Sofala, e a pesca de Sofala.
O Vale do Zambeze foi o quarto corredor apresentado por Grachane, que mostrou que este vale tem um pouco de tudo e que iria servir de reforço ao corredor de Nacala. E, por fim, o quinto corredor que ligaria Montepuez a Lichinga.
Quando se perguntou aos investidores sobre o retorno prático de tais construções, ou seja, qual o seu movimento, o director-geral da ANE respondeu com tranquilidade e segurança: “primeiro construímos as infra-estruturas, depois as pessoas hão-de vir”
Fonte: O País Online / SAPO
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